Mulheres escritoras têm trajetórias admiráveis. Veja 10 delas

Por muitos anos, as mulheres foram criadas para serem boas mães e esposas. Claro, são funções nobres, porém, isso fez com que muitas deixassem os estudos de lado. Isso dificultou o acesso a livros e outras expressões culturais.

Até mesmo as que trabalhavam fora tinham que dividir o período restante entre casa, filhos e marido. Com isso, o tempo para a leitura ficava prejudicado. Que dirá, então, ter tempo para encontrar inspiração e desenvolver a criatividade.

Por que temos mais homens e menos mulheres escritoras?

No Brasil, a educação formal feminina foi desprezada desde os tempos da colonização. Aquelas que quisessem aprender a ler deveriam entrar em conventos.

Somente no período do Império o ensino começou a ser disponibilizado a elas. Porém as escolas eram particulares, ou seja, somente para filhos e filhas de famílias de classes privilegiadas.

Pátio do Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro. Imagem ilustrativa texto mulheres escritoras.

A entrada das mulheres no ensino público só começou em 1880, com a fundação da Escola Normal, na Corte do Rio de Janeiro.

O Modernismo teve seu marco inicial na Semana de Arte Moderna de 1922. Ainda que fosse um movimento majoritariamente masculino, ele abriu a visão de todos sobre a produção cultural brasileira.

Nele, as mulheres escreviam, liam e eram representadas em personagens sem estereótipos, suposições ou achismos.

De um modo geral, o universo masculino predomina na literatura até hoje, tanto na quantidade de autores como na representatividade nas páginas dos livros.

Isso vem se equilibrando aos poucos, mas ainda estamos em processo. Movimentos como o feminismo, o orgulho negro e o LGBTQIAPN+ fazem toda a diferença.

Confira algumas das maiores mulheres escritoras da nossa história

Muitas mulheres escritoras só conseguiram se destacar por terem o privilégio de estudar, em épocas em que o ensino era algo exclusivo das elites. Ainda assim, não é o caso de todas, como você verá a seguir.

Adélia Prado

1. Adélia Prado

A linguagem simples e despojada de sua obra é norteada por temas ligados a Deus, à família e, principalmente, à mulher. Sua poesia evidencia a perspectiva feminina em seus versos, mas não sob um olhar feminista ou libertário.

Ana Maria Machado

2. Ana Maria Machado

Reconhecida mundialmente, é uma das escritoras atuais mais versáteis e completas. Fundou a primeira livraria infantil do Brasil e ocupa a cadeira número 1 da Academia Brasileira de Letras, que presidiu de 2011 a 2013.

Cecília Meireles

3. Cecília Meireles

Nome importante do Modernismo, amplamente considerada a melhor poeta do Brasil e uma das maiores de toda a língua portuguesa. Sua obra tem caráter intimista e aborda temas como o tempo efêmero e a vida contemplativa.

Clarice Lispector

4. Clarice Lispector

Com uma linguagem social, intimista, filosófica e existencial, seu romance se destacou diante dos modelos narrativos tradicionais. Uma de suas principais características é a epifania de personagens comuns em cenas do cotidiano.

Cora Coralina. Imagem ilustrativa texto mulheres escritoras.

5. Cora Coralina

Mulher simples, do interior e doceira de profissão que, desde a adolescência, escrevia versos. Mesmo assim, só realizou o sonho de publicar o primeiro livro aos 75 anos. Tornou-se uma das vozes mais relevantes da nossa literatura.

Hilda Hilst. Imagem ilustrativa texto mulheres escritoras.

6. Hilda Hilst

Culta, de personalidade marcante e temperamento transgressor, sua obra abordava temas como misticismo, insanidade, erotismo e libertação sexual. Ela fez parte da “Geração de 45”, que reagiu contra o prosaico e o supérfluo.

Lygia Fagundes Telles. Imagem ilustrativa texto mulheres escritoras.

7. Lygia Fagundes Telles

Maior representante do Pós-Modernismo e membro das academias Paulista de Letras, Brasileira de Letras e de Ciências de Lisboa. Engajada, sua literatura documenta fragilidades sociais e o lado difícil da vida nos centros urbanos.

Maria Firmina dos Reis. Imagem ilustrativa texto mulheres escritoras.

8. Maria Firmina dos Reis

A maranhense é, talvez, o nome mais desconhecido desta lista. Ainda assim, tem inestimável importância histórica. Negra e pobre, ela foi a primeira mulher romancista brasileira. Sua obra traz o lado humano e o protagonismo do negro.

Marina Colasanti. Imagem ilustrativa texto mulheres escritoras.

9. Marina Colasanti

Suas poesias, contos e crônicas foram traduzidos para diversas línguas. Além de escrever, ela ilustra suas obras. Temas como o papel feminino no mundo e os relacionamentos interpessoais atraem leitores de todas as idades.

Raquel de Queiroz escritora

10. Raquel de Queiroz

A autora foi a primeira mulher a entrar para a Academia Brasileira de Letras e a primeira mulher a receber o Prêmio Camões. Ela fez parte da geração modernista de 1930 e um dos maiores destaques na ficção social nordestina.

Conheça trabalhos maravilhosos de mulheres escritoras!

No Dia Internacional da Mulher, saiba que uma das melhores formas de homenageá-las é conhecendo obras escritas por elas.

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Claro, muitos temas são comuns aos livros escritos por homens. Ainda assim, a sensibilidade singular do olhar feminino traz uma perspectiva interessante sobre o mundo ao redor.

Procure ainda conhecer escritoras de diferentes realidades sociais. Afinal, ler obras de autoras brancas e de classes privilegiadas não é algo tão plural quanto se pensa.

A intenção deste post foi resgatar e relembrar, de forma breve, aquelas que ajudaram a construir o cenário que temos hoje. Esperamos contribuir, pelo menos um pouquinho, para que as trajetórias delas nunca sejam esquecidas.

No vídeo abaixo, confira um recado da Ana Rapha Nunes, autora de Ela nasceu Clarice.

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