‘A cidade dos corações de corda’ e o valor dos sentimentos, bons e ruins

Capa do livro A cidade dos corações de corda.

Não seria ótimo poder trocar o coração e nunca mais sofrer por amor, sentir raiva ou achar as coisas feias? Talvez sim, mas talvez não… É sobre isso que fala o livro A cidade dos corações de corda.

O coração é mais do que um órgão que bombeia o sangue para manter o funcionamento do corpo. É também o símbolo e o berço dos sentimentos e emoções humanas. Claro, isso pode levar a decisões que vão contra a razão.

No livro, o coração de corda simboliza o esquecimento das dores e da tristeza, mas também do amor, da empatia e da solidariedade. Bem que poderia se chamar A cidade dos corações de pedra!

A história tem muito em comum com a nossa realidade. Aliás, o livro foi lançado em um momento mais do que oportuno: maio de 2020. Ou seja, bem no inicinho das medidas de isolamento social por causa da pandemia.

Como é a narrativa de A cidade dos corações de corda?

No livro, acompanhamos pessoas com problemas diversos. Elas vão chegando aos montes, querendo trocar de coração no laboratório do Doutor estrondo. Achou diferente esse nome? Espere para conhecer os outros:

Fulozinha do Malmequer, Deixadodelado, Ju Jururu, Pororoca, Kiridona, Juntajunta, Ditacuja, Urbanão, Estragão… Até mesmo o cachorro da história, Darrua, tem um nome apropriado.

A cidade dos corações de corda, páginas 30 e 31.

São tantas pessoas que chegam ao laboratório que elas acabam fundando uma cidade. Sim, você adivinhou, a tal Cidade dos Corações de Corda!

Lá, não há lixo no chão, discussão, engarrafamentos, contas atrasadas, mentiras ou desculpas esfarrapadas. Também não há quadros nas paredes, música ou livros.

Rikota é uma criança, sobrinha do Doutor Estrondo. É ela quem consegue fazer a cor voltar àquela cidade tão cinza.

Roberto de Freitas dedica A cidade dos corações de corda às Rikotas que encontrou por aí, “pois foi através de seus corações, imensos, que compreendi que o amor é o caminho”.

O livro convida à reflexão de que, no fim das contas, é melhor sofrer do que levar uma vida superficial e não sentir nada. “Com todos felizes para todo sempre? Vai lá saber…”

Confira um trecho, lido pelo próprio autor, e veja se não dá vontade de conhecer a história por completo.

Quem são os criadores de A cidade dos corações de corda?

A cidade dos corações de corda é a estreia de Roberto de Freitas na literatura. Normalmente, ele atua como contador de histórias, e é um dos pioneiros dessa forma de arte em Minas Gerais e considerado um dos melhores do Brasil.

O artista nasceu na Fazenda do Chico do Paiol, em Diogo de Vasconcelos (MG), um lugar onde não havia nem luz elétrica. Quando criança, ele costumava deixar de brincar para ouvir histórias.

Suas apresentações misturam música, teatro, improviso e interação com o público. Tudo isso, além de emoção, carinho e entrega total, em uma linguagem que consegue ser simples e, ao mesmo tempo, lírica.

Ele também representa o Brasil em festivais, congressos e encontros literários no exterior. Por aqui, foi vencedor do Prêmio de Melhor Contador de Histórias da Biblioteca Pública Infantil e Juvenil de Belo Horizonte (BPIJBH).

As ilustrações deslumbrantes em aquarela que vemos em A cidade dos corações de corda são de Lelis. O ilustrador e quadrinista é de Montes Claros e já trabalhou em vários jornais de sua terra natal e de Belo Horizonte.

Como escritor e ilustrador, Lelis já recebeu vários reconhecimentos: Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), Feira de Bolonha e Clube de leitura ODS, da Organização das Nações Unidas (ONU), entre outros.

Venha conversar com Roberto de Freitas

No domingo, 15/5, das 17:00 às 19:00, o escritor Roberto de Freitas estará no stand da Lê na Bienal Mineira do Livro.

Lê na Bienal - Roberto de Freitas.

Alíás, Lelis, o ilustrador de A cidade dos corações de corda, também vai passar por lá, só que mais cedo. Das 11:00 às 13:00, ele fará o lançamento do seu livro Fronteiras, também imperdível. Te vejo lá!