Dia Internacional da Mulher: 3 livros que você precisa conhecer

Neste post, você verá algumas obras dedicadas ao universo feminino. São livros com diferentes abordagens, para ler e dar de presente não só agora, mas em qualquer época do ano.

Desde o início da Idade Moderna, a literatura traz estudos e obras de ficção que inspiram a temática feminista. As publicações ajudam a entender as revoluções que ocorreram e quais são as figuras mais icônicas em cada era.

Dessa forma, os livros permitem testemunhar o quão longe a humanidade chegou e quanto ainda falta para alcançar um patamar ideal.

Claro, não tem como falar sobre o assunto sem incluir termos como “feminismo” e “igualdade de gênero”. São palavras cada vez mais comuns nos filmes, séries e mídias sociais, bem como na política e nas notícias.

Os livros não podem ficar de fora! Confira as dicas que separamos para você, inspiradas pelo Dia Internacional da Mulher.

Capa do livro Dona feia.

Reflexos da Idade Média

A crença em bruxaria existiu (e ainda existe!) em várias sociedades. O mais comum era a acusação de envenenamento, que quase sempre recaia sobre mulheres de meia-idade.

As próprias vítimas tinham dificuldade de informar a origem do boato. Isso porque algumas delas eram mulheres que herdavam a condição de suas mães.

O mais comum é que o rótulo de “bruxa” funcionasse como uma punição para quem não se enquadrasse nas regras locais. Essa era uma forma de instigar outras mulheres, para que se adaptassem e não fossem estigmatizadas.

Muitos lares que recebiam a qualificação eram chefiados por mulheres e tinham uma renda acima da média. Com isso, você pode fazer um paralelo com o que acontece com algumas mulheres da atualidade.

Quem nunca ouviu falar de alguém que teve sua competência questionada ao ser admitida ou mudar de cargo? Será que um homem desavisado foi “encantado” nesse processo?

O livro Dona Feia, de Anderson de Oliveira, se baseia na tradição oral e nos contos populares. A obra tem o mesmo título de uma cantiga de escárnio e mostra os reflexos da crença em bruxas aqui no Brasil.

A história é sobre uma mulher que era alvo de lendas, inclusive a de que teria provocado uma seca para se vingar dos moradores da região.

As pessoas do povoado ainda contavam que ela transformava seus maridos em espantalhos e que um noivo a abandonou no altar. Perceba como há um machismo oculto nesse tipo de especulação.

Como o próprio nome sugere, a personagem também sofre com a cobrança de ser bela. Pense como seria difícil estigmatizar um homem da mesma forma, por causa da sua feiura.

Capa do livro Leila.

Cuidando das nossas meninas

Como você viu, nem tudo são flores no universo feminino. Na verdade, são muitos desafios. Um dos problemas mais sérios (talvez, o maior deles) que atinge em maior parte o sexo feminino é o abuso infantil.

Ainda que não envolva a agressão física, quem já passou pela situação sabe como ela é capaz de deixar marcas para a vida inteira. Assim, caso ocorra um relato de assédio, é importante parar para ouvir e dar a importância que o assunto merece.

Essa atenção pode evitar que o abuso perdure ou encontre novas vítimas. Para criar um ambiente acolhedor, se esforce para não julgar previamente a vítima ou o agressor.

No entanto, não é preciso esperar o problema ocorrer para tomar uma atitude. Por isso, é importante que as mulheres e meninas tenham sempre a segurança de que suas vozes serão ouvidas.

É disso que trata o empoderamento feminino, tão falado hoje em dia! Ao contrário do que muitos pensam, isso não é apenas um grito pelo direito de sair com roupa curta e “rebolar até o chão”. Quer dizer, é por isso também.

Pensando no direito de todos e todas à liberdade, a parceria entre o escritor Tino Freitas e a ilustradora Thais Beltrame deu origem ao livro Leila.

Destinada ao público infantil, a narrativa se passa no fundo do mar e traça um paralelo com a nossa realidade.

Leila é uma baleia, assediada por um polvo que a beija contra a vontade, sussurra coisas indevidas e depois pede segredo. Com isso, a personagem se torna aterrorizada e perde o gosto de sair para nadar.

A história mostra às crianças como combater o assédio pelo poder da voz. Não se assuste! Tudo é contado de uma forma leve e que elas entendam.

Capa do livro Ela nasceu Clarice.

Uma homenagem à arte feita por mulheres

Normalmente, as mulheres têm a sensibilidade mais aflorada do que os homens. Ou, pelo menos, elas levam essa fama.

Independentemente disso, não seria interessante ver com mais frequência nas artes a expressão dessa sensibilidade? No entanto, observe quem canta nos discos que você tem em casa e os diretores dos seus filmes preferidos.

Quem são as pessoas que escrevem os livros que você lê ou pinta a maior parte dos quadros expostos em museus?

Claro que, sozinhos, os números quantificam, mas não qualificam a arte. Mesmo assim, eles dizem muito sobre a diferença que temos nas referências masculinas e femininas nas artes.

São vários os precursores do movimento, que teve seus braços em várias culturas. No entanto, ele foi mais proeminente nos EUA, Inglaterra e Alemanha.

O livro Ela Nasceu Clarice, de Ana Rapha Nunes, presta uma homenagem a Clarice Lispector e outras mulheres da nossa cultura. A história é sobre uma menina que tem o mesmo nome da escritora e a vida cercada de percalços.

No entanto, a protagonista enxerga em Elis Regina, Lygia Bojunga, Cecília Meireles e, claro, Clarice Lispector, mais do que uma fuga da realidade.

À medida que cresce, a menina se inspira cada vez mais. Isso a ajuda a enfrentar os desafios de um mundo repleto de gravatas e bigodes. Confira o recado especial da autora no vídeo abaixo.

No Dia Internacional da Mulher, dê livro de presente

Você está pensando em dar uma rosa ou um bombom para a sua amiga, parceira ou funcionária? Isso é ótimo! Que tal acrescentar um presente mais inspirado neste ano?

Afinal, a literatura ajuda a informar e conscientizar mulheres e homens, meninas e meninos, engajados ou não. Por isso, neste Dia Internacional da Mulher, presenteie com um livro!